24 de abr. de 2010

Miss You Love

Qualquer um que me conheça um pouco sabe que tem um motivo pra eu ouvir música, eu me relaciono com essa, seja essa relação dada pelas letras, ou pelo sentimento geral que é posto nessa. Sendo assim, meus últimos dias têm sido mergulhados em Jimmy Eat World, Silverchair e algumas aleatoriedades...

Tem uma letra que fica presa na minha cabeça o dia inteiro, e meu interesse por essa intensificou-se depois que li que Daniel Johns (vocalista do Silverchair) disse que essa música “isn’t a love song at all, it is about not being able to love and not caring about it” ou algo assim, idk.

Inicialmente, Miss You Love chamou minha atenção por causa de uma frase:

“I love the way you love, but I hate the way I’m supposed to love you back”

Deve ser horrível ouvir isso de alguém que você ama, assim como deve ser doloroso (para qualquer um que tenha um coração) dizer a verdade. O que leva alguém a dizer isso é obviamente a pressão de amar alguém com a mesma intensidade. Pensar em qualquer tipo de pressão me faz questionar se essa está sempre relacionada com a culpa. Culpa por não poder sentir aquilo que o outro sente e a necessidade de se afirmar mal por isso. Aí me pergunto o que é pior: Amar e não ser amado de volta ou ver alguém sofrendo por você?

Sempre tive pra mim que amar e não ser amado de volta é, de certa forma, pior. Quando você ama alguém, você tem um conjunto de sentimentos na sua mão, sendo esses ou extremamente positivos, tais quais a adoração, a admiração e blábláblá, ou negativos, como o ciúmes. Ou seja, temos os dois lados da coisa. Agora, talking about ser amado e não amar em retorno, você tem a culpa e a pena.

Costumava a defender meu primeiro ponto de vista pelo argumento de que, quando você ama alguém, você tem essa pessoa na sua mente 24/7. Quando você tem alguém sofrendo por você, a tal da culpa e da pena só aparecem uma vez ou outra, especialmente quando o assunto tá em questão. Quase ninguém ficaria sem dormir se culpando por não gostar de outra pessoa, por não estar ~na mesma sintonia~. Mas não seria isso generalizar demais? Nem todo mundo que ama reage da mesma forma, nem todo mundo que tem um peso nas costas consegue levar tudo bem, controlando o peso na consciência ocasionalmente.

São duas dores tão diferentes quando vistas com mais cuidado, enquanto superficialmente parecem sofrimentos até parecidinhos, considerando que as pessoas adoram rotular tudo logo como ~sofrimento por amor~ e ponto final.

Aí volto pra mesma questão de dois parágrafo atrás. Será que realmente dá para comparar essas situações? Ou será que, ao fazer qualquer comparação, subestimaríamos sentimentos e diferentes sensibilidades, tendo pontos de referência não concretos o suficiente?

19 de abr. de 2010

Suficientemente Indiferente

Engraçado como eu consigo perceber com facilidade diferentes fases da minha vida, e é engraçado eu enxergar com clareza o motivo pelo qual me encontro em cada uma delas. Sendo assim, o “normal” seria eu simplesmente mudar as fases ruins, mas não, saber as raízes do problema não é suficiente.

Às vezes, nada parece suficiente. Nem suficiente pra estar bom, nem suficiente pra estar ruim. Apenas suficiente pra estar suficiente, medíocre, com tendências maiores a piorar. As tendências são insuportáveis, e isso é suficiente. Se não é suficiente, pelo menos deveria ser um tipo de estímulo pra alguma mudança.

Lembro-me do dia que acordei e a única frase que falei pra minha mãe foi “tá tudo errado”. Lembro-me do dia há alguns meses atrás que acordei e falei que tudo ia dar certo, quando tinha tudo pra dar errado. Meia-noite e meia em um Domingo, no meio da semana de provões e eu me sinto errada. Não tenho caderno nenhum, mal estudei biologia, faltam três capítulos pra eu estudar Geografia e nem no livro eu toquei ainda, estando esse debaixo do teclado que digito tudo isso. Antes fosse só isso.

Olho em volta e tudo que vejo é embaçado, com contornos indefinidos. No momento, tudo que ouço é o barulho do teclado misturado com um tic-tac irritante que meu relógio de pulso faz. Desde quando eu comecei a usar relógio? Quando paro pra ouvir melhor, ouço o barulho do meu computador, do outro relógio da parede e de um carro na rua. Tudo parece bem distante, esse silêncio sabe me matar na medida certa. Essa ausência de extremos me corrói e me imerge num silêncio solitário que só eu sei qual é. É o meu silêncio. A minha falta de iniciativa, a minha falta de forças, meus erros.

Meus erros sempre me pareceram suficientes, sempre me pareceram oportunamente corretos e justificáveis. Hoje me sinto cínica querendo justificá-los, quando eu tive todas as chances pra acertar. Minhas chances nunca me pareceram suficientes, sempre procurei por algo a mais dentro da tal da mediocridade, mas acho que não tô aqui só pra procurar respostas pra perguntas impossíveis de serem respondidas. Meus erros tão “corretos” passaram a se mostrar indiferentes ao meu próprio julgamento.

Já não julgo mais quase nada. Quando digo “quase”, eu realmente quero dizer isso. Quando digo que quero continuar de outra forma, também é exatamente isso que quero dizer. Aceito a credibilidade nas minhas palavras, algumas que tomaram um valor desprezível por promessas não cumpridas. Eu sempre mantivera minha palavra, até hoje. “Promises are better left unsaid”, não é mesmo, Bruna? Promessas podem ser implícitas, mas o que prometo pra mim mesma é sempre o que encontro mais dificuldade de cumprir.

Quebrei promessas comigo mesma e, mesmo assim, não é o auge, não é o ápice. É só um começo. Começo de mais uma mudança na minha vida, quando ~outrora~ me perguntei como seguir em frente quando tudo parece tão indiferente à suposta vontade de seguir.