2 de jan. de 2013

Vulnerabilidade e Criações

Ano passado eu fiz um post sobre o Réveillon.
Hoje, tomando muito paracetamol e tossindo bastante, quero apenas escrever qualquer coisa.
Dizem que o amor leva a gente pra frente, não importa qual rumo ele tome. Dizem que com o amor só se aprende. Dizem que o amor mais valioso que temos é amor por nós mesmos.

Toda experiência é uma experiência.

Eu aprendi a valorizar a prática, a repetição, o espaço e o processo criativo. Passei anos da minha vida procurando por mim, quando eu sempre estive aqui. Tudo que criei, tudo que pensei ser e assim fui, tudo isso sou eu. Tudo isso fui eu. Hank Green disse que não existe algo como "seja você mesmo". Você é suas vitórias tanto quanto você é suas perdas.

Me disseram "só queria poder tirar seus problemas de você". Os meus problemas são profundamente meus. Eles podem não fazer parte de uma definição minha, mas suas consequências e a forma que lido com eles podem dizer muito a meu respeito. As pessoas têm essa mania infeliz de só parabenizar e reconhecer as outras em momentos de conquistas. Meio tempo, há essa ausência de vida, essa negligência da parte dos outros que faz com que as pessoas se sintam abandonadas. A questão é que só a gente pode trazer vida para esses momentos e o melhor apoio é a base que a autoestima pode nos proporcionar. Não sou eu sem os meus problemas.

Eu sou uma construção. Uma velhinha de 78 anos é uma construção. A vida é uma constante renovação de sentimentos e memórias dentro de nós mesmos. A gente passa uma vida inteira dentro da nossa cabeça e o restante é uma questão de nossa própria percepção.

O processo perceptivo é vulnerável.
O processo criativo abraça o medo na raiz.

Todo mundo é vulnerável, mas nem sempre frágil.
As pessoas vivem falando de sorrisos: "Não importa o que aconteça, não esqueça de sorrir". O que me cativa nas pessoas não é a máscara que elas usam. Eu não quero sorrisos falsos. Acho muito mais interessante alguém que se permite chorar. Alguém que admite seus sentimentos para si mesmo em primeiro lugar. Risinhos sociáveis em horas sociais com muita graça - hihi hehe huhu - não me dizem muito. Eu gosto de ver a paixão, a ambição, o interesse genuíno das pessoas. Acho que é por isso que o lado """(abre muitas aspas) social (fecha muitas aspas)""" me dá um pouco de preguiça.

Ainda tem gente que acha que sorriso é sinônimo de força. Que resistir aos próprios impulsos emocionais é sinal de superioridade.

Emoção é emoção. "Dor requer ser sentida.". O controle é temporário.
Pra mim, a vulnerabilidade é muito mais bonita que essa necessidade constante de mostrar falsa felicidade que muitos possuem. Pelo menos a vulnerabilidade é verdadeira.

Não me apego ao diagnóstico, mas sim aos sintomas. Eu vivo os sintomas; o diagnóstico é apenas um rótulo. É claro que alguém que se procura quer se achar em qualquer rótulo. É claro que alguém que se procura quer poder se comparar às experiências dos demais, que por sua vez procuram as mesmas coisas.

Que essas comparações sejam evitadas em 2013 e que a procura seja intensa dentro das minhas novas construções. Dentro do que eu me possibilitar, dentro do que eu sonhar para mim. Que a construção seja positiva e abrace o medo onde ele pode ser abraçado.
2012 foi um ano de muitas descobertas. Agora vou catar o que eu plantei.