19 de set. de 2012
Siqueira Campos
Talvez eu tenha me perdido em Copacabana às 17h. Talvez eu nem leia placas.
Às vezes eu acho que minhas palavras são facas e cortam limites impulsivos, com batimento cardíaco acelerado, TPM e uma puta dor de cabeça que parece nunca me deixar.
Eu nunca deixei de procurar por adrenalina. Vivo desses impulsos nervosos que sustentam meu dia.
Talvez não tenha me perdido em Copacabana. Talvez só esteja andando por aí.
Não leio placas, mas hoje em dia eu até leio bulas. Quero saber com o que exatamente estou me intoxicando. Quase nunca leio placas, mas posso tentar ler pessoas.
Eu sinto o peso da escuridão das 4h da manhã cair sobre os meus ombros e finjo que tô nem aí. Minha cama não foi bem feita pra dormir e meu estômago não foi feito pra sustentar minha ansiedade. Às vezes eu olho pra trás e enxergo outra realidade. Distorcer é mais fácil que aceitar.
É muito difícil socar almofadas mentalmente. Olhar pro espelho é diferente de se olhar no espelho. Eu vejo outra pessoa. Isso me assusta.
Isso me alivia.
Seja lá quem essa pessoa for,
eu me sinto viva. Plenamente viva.
Mesmo que por alguns instantes. Mesmo que por alguns momentos.
Plenitude dentro da imprevisibilidade.
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