23 de jan. de 2015

Fluir

Quebrada, igual uma frase interrompida. Frase curta. Movimentos bruscos. Raios que acertam casas. Braços que cortam, gestos que interrompem.

Interrompem o fluxo natural.

Porque um abraço é fluido, um beijo é fluido, um olhar carinhoso é contínuo.
O olhar da raiva corta. O olhar do fim. O desdém. A ansiedade vem em forma de frases bruscas. 

O fluido busca e tateia, sem medo de que a frase não tenha fim. Pra se permitir o tato, é preciso se permitir ser continuo e maleável, porque só assim se encontra um caminho pros sentimentos. É necessário permitir que os sentimentos caminhem pelo corpo, como se estivessem junto com o sangue, correndo dentro das veias, aumentando a pulsação. É sempre melhor ir mais devagar.

Ai, água, vem pra mim.
2015 tá aqui pra recuperar a água que eu perdi.

Eu gosto de cores, de intensidade, de amar, de sentir, de poder, de chorar.
Porque quando eu choro, significa que eu tô me curando. Cada choro é uma reação do meu corpo a minha dor. E que bom que eu posso sentir dor; isso significa que eu posso sentir. Sinto tudo muito forte e sinto tudo de uma vez só. 

E "de uma vez só" pode ser fluido. É importante encontrar suavidade dentro da nossa força. 
Ser forte e firme, mas maleável. Lidar com tudo, lidar como for possível, mas desenvolvendo sempre habilidades sociais e psicológicas que me permitam ser flexível. Quero dançar nas minhas intençōes.

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