31 de out. de 2011

Foi só impressão.

25 de out. de 2011

Nightdrive With You.

Sentei no chão, encostando a cabeça no banco cinzento da pracinha. Abaixei o cano das minhas meias e limpei o suor da minha testa com a manga do meu suéter. Quis um cigarro, mas não fumo. Quis um abraço, então tirei o iPod do bolso.
De repente, o Outono veio em mim como pedaços de vocês. Vocês que nunca souberam dar valor.
Esse texto é pra vocês.
Esse texto é pra mim.
Quis chorar, mas os motivos não me pareciam suficientes. Então tudo que eu queria fazer era ver você. Seja lá quem for você. Ou andar rápido pelas ruas sentindo o vento bater pelo meu rosto. Como se o resto do mundo estivesse em câmera lenta. Como se o resto do mundo não importasse agora.
Movimentos repetitivos na minha mente. Compulsão. Teclas do computador. Teclas de um piano. Notas de uma música. Tudo me remete aos cacos de memórias que eu não sei nem a quem pertence mais. Essas memórias são reais? Esse é o meu passado?

Eu realmente já fui sua amiga? E essa foto? Sou eu nela mesmo? Esse quarto?
Nada parece meu. A menininha insegura fui eu. Mas hoje... Hoje é outro dia.
E hoje nada parece me incomodar. Hoje meu mau humor é culpa do sol.


Música: Nightdrive With You - Anoraak (Fear of Tigers Remix)

12 de set. de 2011

My Never (2010)

“That doesn’t happen to me, I’ve never been here before. I saw forever in my never.”

Nunca jamais pareceu algo tão perto. Nunca jamais foi uma possibilidade considerável, até agora. Nunca também é pra sempre, pra sempre a ausência. Olhar pra frente e ver a ausência de qualquer coisa. Saber que você não terá mais aquilo, ou que simplesmente algo não acontecerá de jeito nenhum. Saber que a falta disso tem uma duração infinita. Olhar pra frente e ver “nunca” faz com que tudo envolta perca um pouco do sentido.

It’s never my luck, so never mind. I’ve lost a lot of what I don’t expect to ever return.

Smoke and Mirrors (2009)

Ele olhou pela janela, e tudo que viu poderia ser visto em um espelho. Mas ele sabe. Ele sabe que o mundo não pode ser visto pelo espelho, que o ego dele tá ferido e sabe o que ele não quer. E é o bastante.

Ele olha pro lado e não tem ninguém. Mas ele sabe que isso é uma decisão dele, e volta logo a olhar pro espelho. Estranho como ele gosta de olhar pra ele mesmo enquanto ele pensa na própria vida. Olha cada expressão dramática que tem no seu rosto, olha pras próprias olheiras causadas por desgaste emocional, olha pra sua cara abatida e sente pena de si mesmo. Ele é a vítima. Ele sabe que é o bastante e volta à sua rotina, com seus sorrisos de plástico e suas mentirinhas brancas pra levar o dia.

Ela olha pra ele, ela se vê naquele drama todo. Ele não a vê, ela se encontra bem longe do espelho pra que ele possa fazê-lo. Ela é a imagem dele disfarçada de educação e consideração. De tanta consideração, ela é invisível, intocável, colocada em um pedestal onde ela não quer estar.

Ao passar do tempo, ela se aproxima do espelho, e lá está ela, no topo do pedestal, em segundo plano. E lá está ele, pronto pra continuar olhando pra frente, pensando em olhar pra trás.

Ela não sabe amar.
Muito menos ele.
Mas eles amam compartilhar o espelho, e isso é tudo.

29 de mai. de 2011

~Butterflies

Acredito que muitas vezes, alguém pode se tornar radical por algumas decepções, e não, não estou falando (somente) de decepções amorosas ou familiares. Um pseudo radicalismo conveniente que parece fortalecer, mas só enfraquece. Eu sou assim. Me tornei extremista por impulso cultivado com ansiedade.

Às vezes eu queria não ter que calcular tanto as minhas ações e poder simplesmente fazer o que eu quero. Já fui assim, mas acho que hoje em dia já sou mais forte que o nível de inconsequência que existe dentro da minha impulsividade.

Pisar em ovos é sempre tão ruim, porque te prende de uma forma tão forte ao chão e não te deixa escapar ou, ao menos, tentar escapar. Às vezes, eu fico com a constante impressão de que tô escapando pelas minhas próprias mãos, fugindo e tentando me libertar de uma sede que se veste de medo do que eu mais sinto necessidade. Mudar. Às vezes, não é nem fuga, é a simples sensação de me desacorrentar.

Eu são tão idiota. Eu faço muitas coisas de forma errada. Eu simplesmente tenho muito medo de magoar as pessoas e um medo maior ainda do medo em si. Sabe gente pé no chão? Então, eu sou quase o oposto. Não que eu não seja realista ou consciente, mas eu tenho uma mente muito inconstante, confusa, que não consegue parar de buscar, buscar, buscar... Acho que tudo que sempre procuro sentir são frios na barriga.

1 de mai. de 2011

All Good Things Come to an End

Travelling, I only stop at exits
Wondering if I'll stay young and restless
Living this way, I stress less
I want to pull away when the dream dies
The pain sets in and I don't cry
I only feel gravity and I wonder why.

29 de abr. de 2011

"I don't need anybody in my life who doesn't wanna be there."
Amizade não é um favor, mas é uma opção. Se você não quer estar nisso com uma pessoa, simplesmente faça a sua escolha, ao invés de simplesmente aceitar qualquer tipo de distância.
Não quero mais ter que implorar nada pra ninguém, muito menos uma coisa que é pra ser tão verdadeira e recíproca. Sinto muito. Muito mesmo. Porque eu saí perdendo dessa, eu perdi algo muito precioso pra mim, de verdade.

Muitas vezes, a gente acorda sempre com uma certeza enorme de que a gente possui certos sentimentos e que esses não vão mudar. Realmente, parando para pensar, você mal pode ficar segura quanto aos próprios sentimentos, quem dirá esperar que os da outra pessoa por você não mude.
Você fez uma diferença enorme na minha vida. Eu sinceramente só me sinto mal por não ter feito nada na sua. Eu guardo comigo cada momento que nós passamos, cada coisinha. Eu vou estar sempre de braços abertos, esperando você voltar. Nós já ficamos sem se falar por seis meses, acredito que sobrevivemos até bem. Não tão bem quanto quando estávamos unidas, mas sobrevivemos. Eu vou estar sempre aqui, não importa o quê. Take your time.

19 de mar. de 2011

Sinto falta de você.
Sinto falta de:
Shamaylla;
Falar as mesmas coisas ao mesmo tempo;
Rir e cair das cadeiras da mesa da sala rindo;
Criar piadas internas e prolongá-las por meses;
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZuniok, o menino único;
Maurosa, a bicha pintosa (Mauritânia);
Perguntar coisas pra Saysson e pra Maryanimal;
Comer bala juquinha com você;
Debochar de metade do mundo com você;
Você me ensinar alguma matéria;
Segurar você quando eu tô com medo;
Dormir às 6 da manhã;
Tentar te maquiar;
Tirar fotos na garagem;
Almoçar contigo na rua, na Batata Inglesa antes do meu Inglês;
Ligar pra você chorando;
Criar certos emoticons e wallpapers;
Falar tiopês;
Botar o dedo dentro do seu nariz pra te sacanear;
Sociais aqui em casa;
Comer torradas com patês quando está chovendo;
Andar pelo Largo do Machado após uma prova;
Dançar na chuva;
Ir à praia à noite;
Decorar meu quarto com você;
Pegar integrações pra barra;
Andar de ônibus com você;
Falar com aquela voz escrota;
Imitar ~Aquela Que Tem Suas Amigas~;
Silêncios que não são awkward;
Sentar na "pracinha" aqui da rua e conversar, etc.




Outro dia abri a geladeira e a garrafa de matte tava cheia... Bom, é isso.

Save Your Sympathy

Faltam 6 minutos para as quatro da manhã. Meus pensamentos desconexos me guiam para um patamar de intensidade que, dessa vez, já não me traz mais plenitude. Não posso passar minha vida ouvindo o tic do relógio ou observando outros tentarem impor uma imagem embaçada do que eu realmente sinto, do que eu realmente sou, do que eu realmente vivo.

Faz muito tempo que eu não escrevo. Faz pouco tempo que sinto uma inconstância de posicionamento da minha parte, observo minha impulsividade tomar inesperados caminhos, sinto minha ansiedade pulsar no meu sangue assim como minha sede por felicidade.

Você já pisou em ovos? Já temeu ter medo? Já sentiu que sua relação com uma das pessoas mais importantes da sua vida mudou? E quando você não consegue nem explicar de onde tudo isso vem? Já se sentiu distante toda uma realidade confortável que você batalhou pra conseguir?

Não preciso de pena. Não preciso de compaixão, muito menos de conselhos. Eu só preciso de um abraço verdadeiro sem tapinha nas costas e de um sorriso sem lágrimas nos olhos. Algo que dure mais do que cinco segundos.

Nem todo amor é só amor. Não se concorda com tudo que se compreende. Não existem nomes para todas as sensações, mas eu queria muito um nome novo pro que eu tô sentindo, pra poder tratar isso com um pouco mais de intimidade.

26 de fev. de 2011

If I could be the chains, I'd fall from you and let you fly like an angel.
If I could be your pain, I'd run from you so far away.

25 de fev. de 2011

Grayscale

Gosto das buzinas e das luzes vermelhas se confundindo com os meus pensamentos. Dias cinzentos têm sua beleza, quando o mesmo tom do céu se confunde com o da Lagoa, enquanto o mundo passa rápido aos meus olhos da janela do carro.

Ouço a chuva bater forte no vidro e essa é a única certeza que eu posso ter agora, a certeza de que todo evento é constituído por pequenos momentos, sendo que a maioria deles não serão lembrados por serem absolutamente desprezíveis. É bom conhecer o desprezo. É bom olhar pra cima e ver a ausência de sol que já não arde nos meus olhos. É bom não sentir meu corpo derretendo a cada batimento acelerado.

Depois de eventos marcantes, depois do ápice, o que acontece? A gente segue em frente. Não triste, nem feliz, mas em um outro estado sem nome, que esboça um futuro desconhecido, muito esperado e talvez um pouco temido. É bom desprezar. Desprezar o atrito, desprezar a resistência do ar, desprezar tudo que possa passar pela cabeça nesse momento. Tudo considerável aqui se resume a condições climáticas e a música tocando no fundo, mais nada. Nada mais importa.

Entre 8 e 80, parei em 44. Nada de risos efusivos agora, nada de lágrimas que queimam. Nada de calafrios, nada de dormir a tarde inteira, nada de chorar de alegria. Só olho pela janela e essa é a única coisa que quero/posso fazer no momento.
Amar, pra mim, pode assumir concretizações assustadoras e intensas. Não tenho medo de amar. Só tenho medo das consequências dessa concretização toda. Não me sinto, hoje em dia, tão confortável com a ideia de resumir pessoas em uma palavra só. Especialmente se essa palavra for tudo. Ou quase tudo.