1 de out. de 2010

Açúcar, Canela, Sonhos e Cafeína.

Eu vagava por aí, meio que em uma espécie de solidão sensata, sem relógio, sem nada que não fosse relacionado a vestígios de lembranças de uma idealização.

Vago por aí por essas ruas escuras no meio de uma tempestade e construo minhas lembranças. Essas ruas escuras desembocam em outras e eu vou me perdendo no tempo e nos meus próprios sonhos. Sonhos, malditos sonhos... Sempre tive muitos sonhos, é inevitável me agarrar neles. Com o tempo, tô aprendendo a dosar minha vida com um pouco de realidade. Muitas vezes isso me machuca, mas eu não ligo. Retrovisores que tanto me chocavam, hoje já não me chocam mais. Essas ruas tão escuras de repente se tornam ruas claras e estreladas. Eu tenho tudo o que eu preciso do meu lado, agora.

Sempre amei extremos. No fundo, eu prefiro sofrer a não sentir nada. Hoje, porém, prefiro simplesmente vagar pelas minhas ruas estreladas e sentir o que vier. Não gosto de planejar meu trajeto, não admito que alguém tente me presentear com seus lindos globos e mapas.

Mapas, cidades, lugares, ruas e suas luzes. Tudo é tão embaçado, às vezes. Eu tenho essa estranha obsessão por aeroportos e aviões. Gosto do cheiro de canela e açúcar que eu encontro nesses tais aeroportos e do jeito que uma cidade pode ser observada às três da manhã da janela de um avião. Tudo parece tão intocável, como casinhas de bonecas que eu montava quando era pequena. Nunca pensei naquela época que meu novo hobbie seria sentar em cima de um carro às tardes vendo o pôr do sol ouvindo Jimmy Eat World e coisas do tipo. Nunca pensei que eu fosse gostar tanto de sentimentos e abstrações.

Não sei por que estou escrevendo isso tudo. Talvez seja por causa da cafeína que me deixa freneticamente pensativa e todos os meus pensamentos se embolam em uma coisa só. Talvez seja a nostalgia da música que eu tô escutando há uns 15 minutos. Talvez seja a estranha sensação das coisas estarem dando certo para mim. Porque no meio de Romeus e Julietas dormindo, cartas escondidas em uma caixinha, milkshakes às nove horas da manhã e voltas pela minha sala (q, né), eu meio que me achei. Não completamente. Mas o suficiente pra eu confiar mais nos meus instintos.

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